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terça-feira, 24 de agosto de 2010

valpa po







No retorno ao lugar percebeu que seus pés não mais pisavam um solo uma vez conhecido. Os muros não eram os da lembrança; mais pálidos, outros buracos. A cidade envelhecia como ela. A impressão era outra. E a cidade, dela não tinha nenhuma impressão pois ela passara tão rápido, sem deixar vestígios. Para a cidade era como se nunca houvesse pisado ali. Para a cidade, ela era pequena demais, insignificante demais. Mas, para ela, a lembrança da cidade ocupava um espaço maior do que agora via e era bonita, cheia de cores exuberantes, cheia de vida que sobe e desce. Demorou para encontrar nela a lembrança de outrora. Demorou para aceitar que a cidade era outra. Demorou para aceitar a nova beleza do lugar. A pálida e fria.

Agora era vazia e a lembrança que ela leva é outra. Mais madura, como ela. E a vida ela encontra nos muros, que vão criando marcas e contando a história da mudança do lugar.